quarta-feira, 6 de abril de 2011

Pesquisadora da Uerj defende catalisador alternativo para produzir biodiesel

O modelo defendido pela autora pode ser considerado como um processo promissor e tecnologicamente mais limpo

Crislayne Andrade- AGENC UERJ
06/04/2011

Em tese defendida no Instituto de Química da Uerj em 2010, a pesquisadora Erica Vanessa Albuquerque de Oliveira estudou o processo de produção de biodiesel. Para a realização de seus experimentos, Erica utilizou as rotas metílica e etílica, empregando os dois tipos de catalisadores disponíveis na natureza: o homogêneo e o heterogêneo. O primeiro é comumente utilizado pelas grandes indústrias, e o segundo, defendido durante a pesquisa pela autora. A autora, que propôs um modelo mais limpo para produção do biodiesel, é mestre em química pela Uerj.

Para Erica, a pesquisa se insere no cenário atual de preocupação com as questões ambientais, onde se quer “conciliar o aspecto ambiental e o desafio de atender a demanda por desenvolvimento sustentável”.

Como afirma a pesquisadora, o biodiesel é uma das fontes renováveis de energia que opera como substituto total ou parcial de combustíveis fósseis. Em sua dissertação, a química esclarece que o biodiesel é tratado como um combustível menos poluente por não possuir sulfetos, compostos sulfurados e aromáticos. “Este combustível é derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais, por isso é considerado biodegradável e não tóxico”, afirma. Erica assegura ainda que “sua inclusão na matriz energética tem sido um potencial de desenvolvimento promissor em diversos setores de cunho econômico, social ambiental e tecnológico”.

A especialista explica que o processo mais aplicado industrialmente para a produção do diesel é o processo de transesterificação, no qual os óleos ou as gorduras reagem com o metanol, em presença de um catalisador básico (hidróxido de sódio ou potássio), formando um alquil éster, nomeadamente o biodiesel. Segundo ela, sua pesquisa foi iniciada com base nas desvantagens deste processo: “o método convencional utiliza catalisadores homogêneos como hidróxidos de sódio e potássio ou ácido sulfúrico, mas há dificuldade na remoção destes catalisadores e é necessária grande quantidade de água para a lavagem do produto”.

Como alternativa para esta situação, a pesquisadora defende o uso de resinas de troca iônica, que podem ser empregadas no processo de origem do biodiesel (transesterificação) por possuírem sítios ativos básicos que podem atuar como catalisadores heterogêneos. Ainda conforme Erica, estas resinas têm vantagens como as de “serem removidas do meio reacional por filtração simples; poderem ser recuperadas e reutilizadas; diminuírem o número de lavagens do produto e cooperarem na obtenção de uma glicerina pura ao final do processo, com aspecto límpido e incolor”.

Em sua conclusão, a autora ressalta que “a eficiência catalítica das reações não foi influenciada pelas características estruturais e propriedades físico-químicas das resinas de troca iônica, mas sim pelos grupos funcionais presentes na cadeia polimérica das resinas”.

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