sábado, 30 de abril de 2011

A questão da água não está somente no chuveiro ou na torneira. Envolve um plano de recursos hídricos. O que é isso? E no DF, como está?

Muito comum, todos nós já conhecemos e até promovemos, as campanhas de preservação e uso econômico das águas. As imagens estão, em sua maioria, associadas ao usuário individual:

-fechar a torneira enquanto escova os dentes;
- evitar banhos de chuveiro demorados
e por aí vai.

Mas a questão da água é um muito mais complexa e ultrapassa em muito o alcance do usuário individual. Passa por um plano de gerenciamento de recursos hídricos para cada município brasileiro.

Vamos acompanhar como está a questão no DF?

No link abaixo, há um relato recente da ADASA. Tome conhecimento. Mais adiante, o Projete trará entrevistas com especialistas e pautas dirigidas para o tema recursos hídricos no Distrito Federal.

27/04/2011 - Revisão e atualização do PGIRH tem seu primeiro produto

Mapa da qualidade da água nos rios do DF

28/04/2011 - A qualidade da água dos rios do DF está entre “média” e “boa”

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Artigo discute possíveis causas do alagamento da UnB

Explicações e respostas para a enxurrada no Minhocão
Sérgio Koide,professor da Faculdade de Tecnologia UnB


As chuvas intensas tendem a ser concentradas no tempo e no espaço e com frequência inversamente proporcional à intensidade. Assim, a tendência é de que, mesmo quando a chuva acontece em uma região mais ampla, ela tende a ser mais intensa em uma área menor. Isso é particularmente comum aqui na região do DF. Em geral, todos notam que aqui é comum vermos uma chuva muito intensa acontecer em um lugar e muito perto ter chovido muito pouco. Dependendo de onde essa área ocorra, é onde temos problemas maiores.

Na reportagem publicada pelo portal da UnB, há um equívoco na redação do que eu falei. Eu disse que no Inmet, localizado junto ao Sudoeste, foi registrada uma chuva de cerca de 25mm em uma hora, o que não é tanto assim. Mas, pelo relato do professor Ricardo Bernardes (professor de Drenagem Urbana e um dos grandes especialistas da UnB em gestão de águas pluviais), que estava na Colina na hora no temporal, a chuva deve ter sido bem mais intensa.

Em 2009, também em abril, ocorreu uma chuva com registros pelo Inmet com valores da ordem de 70mm em uma hora. Essa chuva esteve muito concentrada em torno do Eixo Monumental. A enxurrada nas quadras 201 e 202 foi tanta que alagou o subsolo de vários prédios comerciais e a passagem subterrânea no eixão. No entanto, as inundações só ocorreram nessa área.
Os sistemas de drenagem de águas pluviais compartimentam a drenagem por setores. Por exemplo, os dutos que drenam a Esplanada não têm interferência com os que drenam a parte da Asa Norte em que a UnB está. Neste evento do domingo, as águas alagaram a L3, passaram pelo estacionamento da FT e atravessaram as passagens pelo interior dos prédios da FT (isso ainda não tinha ocorrido na FT).

No ICC, já aconteceu desastre semelhante ao de domingo no início da década de 1970. O subsolo ficou todo alagado, e segundo relato do professor Francisco Pereira (professor da Engenharia Civil na época), com as águas entrando pelas aberturas dos auditórios, como as cenas vistas agora. A Copeve (que virou Cespe), que ficava no subsolo, inclusive perdeu equipamentos e provas que foram submersas. Na época em que entrei como aluno da UnB, eu ainda tive a oportunidade de ver a marca de enchente nas paredes dos auditórios. Quem é mais antigo aqui deve se lembrar.

Acho que o ICC, pelo seu porte e importância, não deve ser protegido por um sistema convencional de drenagem urbana, que estará sujeito a ser insuficiente de tempos em tempos. Acho que temos que pensar em soluções mais permanentes. 

Por que não pensarmos em barreiras físicas ambientalmente razoáveis e com um desenho urbanístico que valorize a área entre o estacionamento e o ICC e que ao mesmo tempo impeçam a água de chegar ao prédio? Isso, além de um projeto de engenharia de manejo das águas pluviais que contemple um tempo de recorrência compatível com a importância do ICC e não com valores usualmente utilizados em projetos comuns, que provavelmente foram utilizados no dimensionamento da rede hoje existente.

Publicado no Portal UnB.

terça-feira, 12 de abril de 2011

E o PDOT com isso? Alagamento na UnB pode ser um alerta

Brasília, 50 anos. UnB alagada. Problema da UnB?
Alagamento na UnB. Uma torrente de água desce em direção ao lago Paranoá, seguindo o percurso de mais baixo relevo e fez da área de ventilação do ICC um salto de cachoeira.
Acabamos, todos, falando do 'alagamento da UnB', pois foi na UnB que a água parou, foi no ICC que a água formou verdadeiros 'piscinões' e derrubou paredes.
Mas o Sistema Ambiental, sempre, funciona em ciclo. Para entender, não podemos olhar somente para o ICC (temos que olhar, sim, para restaurar, etc), mas devemos voltar os olhos na direção de que veio a água.
Como quem procura um ponto (ou vários pontos) de desequilíbrio no Sistema. Em pleno momento de discussão do PDOT (Plano Diretor de Ordenamento Territorial) na Câmara Legislativa do Distrito Federal, não podemos, mesmo, pensar que o alagamento na UnB é um problema da UnB.
Não é.
É um problema urbano de Brasília, Distrito Federal. Brasília, a cidade que vai precisar se reinventar aos 50anos. Para não sucumbir. Não queremos, certo?
Mãos `à obra, não só na reconstrução dos espaços da UnB, mas em um olhar mais amplo sobre o contexto urbano, as modificações ambientais que estão acontecendo (setores novos a cada dia, ruas qualhadas de faixas de 'lançamentos imobiliários', áreas de reserva progressivamente desmatadas... e por aí vai).

Piscinões

Falando em piscinões, quando começaram em São Paulo, pensa-se 'é um ano ou outro', 'foi um caso esporádico'. Hoje, virou rotina. É esse o caminho para Brasília? Ficaremos, comunidade do Distrito Federal, de braços cruzados esperando os piscinões anuais? depois semestrais? mensais? semanais? 
Sobre a questão da drenagem na Asa Norte, veja o link abaixo
http://unbagencia.wordpress.com/2011/04/11/porque-o-icc-alagou/
Outra reportagem, vídeo, produzida pelo Blog A República
http://www.youtube.com/watch?v=39GUbwE05HE&feature=player_embedded

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Alagamento da UnB

UnB para após alagamento nesse domingo
Enchurrada invade ICC e outros prédios da UnB na tarde do dia 10/4

De acordo com o twitter de estudantes presentes na universidade, a maior parte dos estragos se encontra no subsolo do Intituto Central de Ciências, o ICC. Segundo os twitts do DCE-UnB, a biblioteca não teve graves prejuízos como o Instituto de Artes, IDA, que perdeu livros e obras do acervo. Os anfiteatros, recém reformados foram destruídos e paredes do subsolo caíram pela força da água.

As aulas estão suspernsas e a Defesa Civil fechou a área para retirada da água por meio de bombas hidráulicas e avaliação das áreas de risco.

Muitas razões são apontadas como agravadoras do alagamento. A falta de locais de escoamento da água é a principal delas, embora possamos questionar quanto à expansão da L3 Norte*. Bocas de lobo não foram construídas de modo suficiente na obra de expansão, possibilitando a descida para a UnB do forte fluxo de água; sem desconsiderar, naturalmente, que o fluxo de água foi maior do que o usual.
*Em tempo, passado o fragor da hora, fotos e informações que circulam dão conta de  que a torrente de água partiu de áreas mais elevadas (em termos de relevo) e 'desceu' em direção ao lago Paranoá, área de baixo relevo. No meio do caminho, encontrou a UnB.

A insuficiência das bocas de lobo pode ser constadada pelo fato de que mesmo pequenas chuvas provocam alagamento de água na L3 Norte. Juntam-se outros fatores, como lixo urbano e outros que cabem aos especialistas elucidarem (p.s.: incluindo os canais de escoamento pluvial não só nas imediações da UnB, como citado, mas também em pontos do conjunto Plano Piloto). Da mesma forma, cabe aos especialistas elucidarem, à sociedade civil organizada cobrar e propor, ao jornalismo inquirir por respostas.

Seja no Rio de Janeiro, seja em Brasília, em qualquer lugar catástrofes naturais poderiam ser evitadas, ou minimizadas, se existisse o cuidado necessário no planejamento urbano, como o caso das obras de escoamento na L3 Norte, sem atribuir a isto a causa direta do alamento,mas salta a questão do escoamento na L3 Norte salta aos olhos a cada chuva.

A equipe do Projete se entristece com o ocorrido, se solidariza pelas enormes perdas da UnB-TV, da empresa junior AD&M, do IDA, do ICC e de todos os locais prejudicados.

Esperamos que os estragos não se prolonguem e não prejudiquem as aulas, projetos de pesquisa e extensão.


Fontes:
@dceunb
@felipemalta_
@wemersons
http://www.fac.unb.br/campusonline/
Fotos por Mayara Reis, da rádio CBN e @felipemalta_


Iasminny Cruz, especial para o Projete.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Campanha contra agrotóxicos dá largada na UnB Planaltina

Faculdade UnB Planaltina foi cenário de lançamento da campanha nacional contra agrotóxicos. Proposta tem aliança forte com o perfil da UnB Planaltina, vocacionada para o tema da sustentabilidade.

Leia sobre o lançamento da campanha Agrotóxico Mata: Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida
http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=4858

Agrotóxicos, tema seríssimo afeta a saúde, qualidade de vida, biodiversidade de fauna e flora.

Pesquisadora da Uerj defende catalisador alternativo para produzir biodiesel

O modelo defendido pela autora pode ser considerado como um processo promissor e tecnologicamente mais limpo

Crislayne Andrade- AGENC UERJ
06/04/2011

Em tese defendida no Instituto de Química da Uerj em 2010, a pesquisadora Erica Vanessa Albuquerque de Oliveira estudou o processo de produção de biodiesel. Para a realização de seus experimentos, Erica utilizou as rotas metílica e etílica, empregando os dois tipos de catalisadores disponíveis na natureza: o homogêneo e o heterogêneo. O primeiro é comumente utilizado pelas grandes indústrias, e o segundo, defendido durante a pesquisa pela autora. A autora, que propôs um modelo mais limpo para produção do biodiesel, é mestre em química pela Uerj.

Para Erica, a pesquisa se insere no cenário atual de preocupação com as questões ambientais, onde se quer “conciliar o aspecto ambiental e o desafio de atender a demanda por desenvolvimento sustentável”.

Como afirma a pesquisadora, o biodiesel é uma das fontes renováveis de energia que opera como substituto total ou parcial de combustíveis fósseis. Em sua dissertação, a química esclarece que o biodiesel é tratado como um combustível menos poluente por não possuir sulfetos, compostos sulfurados e aromáticos. “Este combustível é derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais, por isso é considerado biodegradável e não tóxico”, afirma. Erica assegura ainda que “sua inclusão na matriz energética tem sido um potencial de desenvolvimento promissor em diversos setores de cunho econômico, social ambiental e tecnológico”.

A especialista explica que o processo mais aplicado industrialmente para a produção do diesel é o processo de transesterificação, no qual os óleos ou as gorduras reagem com o metanol, em presença de um catalisador básico (hidróxido de sódio ou potássio), formando um alquil éster, nomeadamente o biodiesel. Segundo ela, sua pesquisa foi iniciada com base nas desvantagens deste processo: “o método convencional utiliza catalisadores homogêneos como hidróxidos de sódio e potássio ou ácido sulfúrico, mas há dificuldade na remoção destes catalisadores e é necessária grande quantidade de água para a lavagem do produto”.

Como alternativa para esta situação, a pesquisadora defende o uso de resinas de troca iônica, que podem ser empregadas no processo de origem do biodiesel (transesterificação) por possuírem sítios ativos básicos que podem atuar como catalisadores heterogêneos. Ainda conforme Erica, estas resinas têm vantagens como as de “serem removidas do meio reacional por filtração simples; poderem ser recuperadas e reutilizadas; diminuírem o número de lavagens do produto e cooperarem na obtenção de uma glicerina pura ao final do processo, com aspecto límpido e incolor”.

Em sua conclusão, a autora ressalta que “a eficiência catalítica das reações não foi influenciada pelas características estruturais e propriedades físico-químicas das resinas de troca iônica, mas sim pelos grupos funcionais presentes na cadeia polimérica das resinas”.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Debates e mobilização contra o uso de agrotóxicos

Jornada Contra o Uso de Agrotóxicos e Mesas e rodas de diálogo

Programação da Jornada Contra o Uso de Agrotóxicos, em defesa do Código Florestal e pela Reforma Agrária

“Se ser político é reclamar das injustiças. Então, eu sou político” - Patativa do Assaré


06 de abril, QUARTA-FEIRA

Mesas e rodas de diálogo

FUP - UNB – Planaltina

Mesa redonda: “Agrotóxicos - da pesquisa à industrialização e comercialização, saúde e justiça ambiental”

Palestrantes: César Koppe Grisolia (Prof. UNB - autor do livro "agrotóxicos, mutações, câncer e reprodução”) e Fernando Carneiro (Prof. UNB e integrante da Coordenação do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos).

Moderadores: Flavio M. Pereira da Costa - professor e coordenador do núcleo de Agroecologia (FUP) e Ricardo T. Neder - Observatório do movimento pela tecnologia social na América Latina.

Horário e Local: 08 horas - Auditório do Campus UnB Planaltina.


IFB – Planaltina

Mesa redonda: “Alimentação Escolar e Agrotóxicos: Os Princípios da Alimentação Saudável e da segurança alimentar”

Palestrantes: Maria Luiza (Coordenadora de Agricultura Familiar - PNAE/FNDE) e Letícia Silva (ANVISA).

Moderadora: Paula Petracco (IfamBiental)

Horário e local: 13:30 às 15:30 horas - Auditório do IFB


UNB – Darcy Ribeiro


Roda de diálogos sobre Agrotóxicos

Palestrantes: Fernando Carneiro (Prof. UNB e integrante da Coordenação do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos) e Ana Maria Junqueira (Profa. UNB - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária)

Moderador: Fábio dos Santos Miranda (Associação Brasileira de Estudantes de Engenharia Florestal).

Horário e local: 12:40 às 14:00 horas - Anfiteatro 09


07 de abril,QUINTA-FEIRA


Ato Público

Marcha dos trabalhadores em defesa do Código Florestal, contra o Uso de Agrotóxicos e pela Reforma Agrária.

Concentração: 07 horas no ExpoBrasilia (Parque da Cidade) e 09 horas (em frente ao Congresso Nacional).


Audiência Pública

“Agrotóxicos e saúde dos trabalhadores”

Debatedores: Via Campesina, Fórum Brasileiro de Combate aos Efeitos dos Agrotóxicos e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Local e horário: às 09 horas, na Câmara Federal

Aula ampliada

"Saúde, ambiente e trabalho: o risco dos agrotóxicos"
Debatedor: Fernando Carneiro
Local e horário: 14 às 17horas - Auditório 3 da Faculdade de Saúde Coletiva da UNB.

http://www.frenteambientalista.com/component/k2/item/391-jornada-contra-o-uso-de-agrotoxicos-e-mesas-e-rodas-de-dialogo

Os organizadores pedem contribuições financeiras para a organização do evento. Informações: contraagrotoxicosdf@gmail.com